Chegamos às últimas semanas de 2025 – e, como é de praxe aqui no CinePOP, está na hora de relembrarmos as melhores produções que chegaram aos cinemas e aos streamings neste doze meses que se passaram.
Depois de elencarmos as Melhores Animações do Ano, os Melhores Musicais do Ano e as Melhores Músicas Pop do Ano, chegou a hora de migrarmos para um gênero amado pelo público: o terror. Afinal, como bem sabemos, obras desse tipo têm um lugarzinho especial no coração dos fãs, por mais que os decepcionem ou os dividam. De qualquer forma, tais histórias atraem o público por apresentar narrativas enervantes, arrepiantes e que nos despertam um aterrorizante interesse em incursões paranormais, sangrentas, sobrenaturais e, eventualmente, muito divertidas.
Pensando nisso, preparamos uma lista selecionando os dez melhores filmes de terror de 2025 até agora, incluindo títulos que mesclaram elementos de suspense, comédia, ação e afins. Vale lembrar que os longas selecionados entraram em circuito nacional este ano (motivo pelo qual o remake de ‘Nosferatu’, por exemplo, faz parte da seleção).
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:
Através de pouco mais de duas horas, o diretor Zach Cregger transforma o ambicioso escopo de ‘A Hora do Mal’ em uma série de sequências bem estruturadas que focam cada qual em um personagem diferente, convergindo os múltiplos arcos a um ponto em comum que culmina em uma inesperada reviravolta e na consagração de uma sólida mitologia. Alguns problemas mancham a belíssima estrutura do filme, mas nada que não seja ofuscado pelo comprometimento do elenco que inclui Julia Garner, Josh Brolin e Amy Madigan.
Drew Hancock fez uma gloriosa estreia diretorial este ano ao encabeçar o ambicioso terror sci-fi ‘Acompanhante Perfeita’ – uma obra que brinca com as fórmulas do gênero a seu bel-prazer e que apresenta uma instigante jornada marcada por plot twists originais e um ácido senso de humor que ajuda a compor uma vibrante atmosfera (e que, de maneira inadvertida, foi revelada através de trailers promocionais). Contando com Jack Quaid e Sophie Thatcher em atuações irretocáveis e uma explosiva química em cena, o filme, de fato, não poderia ficar de fora da nossa lista.
8. DROP: AMEAÇA ANÔNIMA
Christopher Landon ganhou expressiva fama após encabeçar projetos de “terrir” como ‘A Morte Te Dá Parabéns’ e ‘Freaky: No Corpo de um Assassino’, apresentando um novo lado do gênero que ainda não era explorado como deveria. Neste ano, ele deu uma guinada em sua carreira ao encabeçar o prático e funcional suspense ‘DROP: Ameaça Anônima’ – aliando-se à presença impactante e memorável de Brandon Sklenar e Meghann Fahy, esta entregando uma das melhores atuações de sua. Cada engrenagem do projeto funciona como deveria, esquadrinhando um escopo mais restrito e claustrofóbico que traz homenagens a Alfred Hitchcock e Brian De Palma.
7. A MEIA-IRMÃ FEIA
Com a entrada de inúmeros personagens populares em domínio público, não é surpresa que vários diretores tenham aproveitado para criar produções de terror de baixo orçamento focados no Ursinho Pooh, em Mickey Mouse, em Bambi e tantos outros. E, superando todas as expectativas e entregando uma decente, envolvente e sangrenta narrativa, ‘A Meia-Irmã Feia’ se sagrou uma das maiores surpresas do terror em 2025 ao misturar sátira, slasher e gore em uma vibrante e mortal batalha entre duas meias-irmãs que são centro de uma subversiva remodelação de ‘Cinderela’.
6. PREMONIÇÃO 6: LAÇOS DE SANGUE
A franquia ‘Premonição’ teve início a partir de um roteiro especulativo da famosa série ‘Arquivo X’, sendo transformado em um longa-metragem que apresentou um novo tipo de serial killer: a própria Morte. O mais recente capítulo desse expansivo universo revitaliza a narrativa clássica e a transforma em uma jornada de luta pela sobrevivência que atravessa gerações. Mantendo-se fiel à identidade dos filmes anteriores, a sexta iteração da franquia funciona do começo ao fim e presta homenagens a um legado que continua encantando cinéfilos ao redor do planeta.
5. EXTERMÍNIO: A EVOLUÇÃO
Trazendo às telonas uma profunda e dura exploração do isolacionismo humano e da destituição da cultura moderna, ‘Extermínio: A Evolução’ foi encabeçado pelas hábeis e ousadas mãos de Danny Boyle e funcionou como o terceiro capítulo da popular e prestigiada saga de terror de zumbis do diretor. O filme nos levou de volta a mundo pós-apocalíptico arquitetado pelo realizador décadas atrás, pincelando uma jornada de sobrevivência, letargia e melancolia com obras-primas cênicas e atuações poderosas que, certamente, justificam a presença do projeto na nossa lista.
Guillermo Del Toro já comentou inúmeras vezes de que forma o clássico ‘Frankenstein’, de Mary Shelley, inspirou sua expressiva carreira como realizador. E é claro que, eventualmente, o diretor comandaria sua própria versão do conto do Prometeu Moderno – acertando em praticamente todas as engrenagens e construindo uma ópera gótica de duas horas e meia que não perde mão ou ritmo em momento algum. Trazendo Oscar Isaac, Mia Goth e Christoph Waltz em performances incríveis, o destaque principal vai para o trabalho aplaudível de Jacob Elordi como uma das melhores rendições como a Criatura de Frankenstein.
3. FAÇA ELA VOLTAR
Após encontrarem sucesso inesperado com ‘Fale Comigo’, os irmãos Dany e Michael Philippou voltaram ao terror com o lançamento de ‘Faça Ela Voltar’. O longa, centrado em dois meio-irmãos que se veem arrastados para um ritual de ocultismo por sua antiga mãe adotiva, arrancou uma das melhores performances da incrível Sally Hawkins e explorou os conceitos do terror doméstico para uma impecável e assustadora jornada cinematográfica que reafirmou os diretores como mestres contemporâneos de um gênero que ainda tem muito a nos contar.
Robert Eggers já mostrou sua incrível habilidade cinematográfica desde sua estreia oficial com ‘A Bruxa’, há uma década. E, filme a filme, ele reitera seu merecido status no cenário do entretenimento – tendo encontrado um novo ápice artístico e criativo com o remake de ‘Nosferatu’. Lançado oficialmente no circuito nacional no começo deste ano, a nova versão expande a mitologia criada por F.W. Murnau ao apoiar-se em um poderoso suspense sobrenatural guiado por performances aplaudíveis de Bill Skarsgard, Nicholas Hoult e Lily-Rose Depp – e construindo uma atmosfera derradeira de desesperança e vingança que nos envolve desde os primeiros minutos.
Quando Ryan Coogler anunciou que estava trabalhando em um projeto de terror envolvendo vampiros, logo pensei que o projeto poderia ou se tornar um sucesso absoluto, ou um fracasso retumbante. Felizmente, a habilidade artística do cineasta transformou o longa-metragem não apenas no melhor filme do gênero do ano, mas um dos melhores da década, voltando aos anos 1930 e nos engolfando em uma jornada pela sobrevivência regada a atuações irretocáveis de Michael B. Jordan, Wunmi Mosaku, Hailee Steinfeld e o aclamado cantor e compositor Miles Caton.
O thriller vampiresco é pincelado com incursões bastante originais e carregado com sutis críticas sociorraciais que analisam a presença da música com conduíte sobrenatural, minando a cortina que separa o mundo terreno do mundo espiritual.
