12/11/2025 11:20

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Operação Contenção: como a investigação desmontou a estrutura do Comando Vermelho

A megaoperação realizada na terça-feira, 28, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, resultou em 121 mortos e teve início a partir de uma investigação iniciada em 2024, motivada por uma denúncia anônima enviada ao disque-denúncia.

O alerta apontava que, no Complexo da Penha, integrantes do Comando Vermelho (CV) planejavam expandir o controle sobre territórios na zona norte da capital fluminense, região que reúne 13 favelas e cerca de 100 mil moradores. A área é marcada por barricadas e intensa atividade de venda de drogas, que avançava para regiões antes livres.

Durante a investigação, a polícia conseguiu mapear a hierarquia da facção. No topo está Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, responsável pelo comando do Complexo da Penha e outras comunidades.

Considerado o segundo no comando do CV, Doca é acusado de liderar guerras expansionistas, incluindo invasões em Jacarepaguá, como Rio das Pedras e Muzema. Ele tem 269 registros criminais e 26 mandados de prisão ativos, ligados a crimes como tráfico de drogas, tortura, roubos e associação criminosa. Apesar de ser alvo prioritário, Doca conseguiu fugir e continua foragido.

Aliados de peso

Doca conta com aliados estratégicos. Carlos da Costa Neves, o “Gardenal”, atua como “gerente geral do tráfico” na Penha e conduz a expansão territorial do grupo. Washington César Braga da Silva, o “Grandão” ou “Síndico”, organiza plantões, supervisiona pontos armados e gerencia atividades comunitárias.

Juan Breno Malta Ramos, apelidado de “BMW”, executa ordens punitivas e intimida membros desobedientes. Pedro Paulo Guedes, o “Pedro Bala”, orienta outros líderes, enquanto Eduardo Lisboa de Freitas, o “Du Mec”, cuida do fluxo financeiro e do recebimento de drogas.

O papel das quebras de sigilo

A Polícia Civil conseguiu mapear a atuação da facção graças a quebras de sigilos que geraram mais de três terabytes de dados do Google e da Apple. A análise dos celulares de suspeitos revelou grupos de WhatsApp usados para coordenar escalas de plantão, estratégias de venda, monitoramento de viaturas e até ordens de execução.

“Conforme já destacado, os grupos de Whatsapp são criados, não apenas para comunicação entre os integrantes, mas, mais do que isso, para a gestão da facção criminosa, estando todos os integrantes associados a mesma. Nestes grupos, os líderes do tráfico emitem ordens de caráter geral, ordens sobre a comercialização de drogas para os subordinados, determinam as escalas de plantões, sejam em pontos de comercialização de drogas (bocas), pontos de visão (monitoramento) ou pontos de contenção (segurança armada). Também chamam atenção de seus subordinados, falam sobre veículos roubados, monitoramento de viaturas policiais, contabilidade das vendas de drogas e até sobre a execução (morte) de rivais”, afirma o documento enviado à Justiça no início de 2025.

Diálogos e prints de conversas nos grupos mostraram a dinâmica da facção e a disciplina imposta sobre cada integrante.

Indícios de tortura e violência

A investigação também apontou práticas de tortura e violência. Em bailes, pessoas que brigavam eram submetidas a banhos de gelo.

“Para aquelas que brigam em dia de baile na comunidade, foi criada uma nova forma de punição, anteriormente, raspar os cabelos das mulheres era o padrão. Conforme imagem, o banho de gelo passou a ser prática recorrente”, relata o relatório.

Em outro episódio, um homem aparece em vídeo sendo arrastado por um carro, amordaçado e algemado por cerca de sete minutos, para que confessasse suposta participação em uma delação a um grupo rival.

Estrutura complexa de controle

A facção mantém vigilância estratégica, câmeras e patrulhamento, dificultando a ação policial. A Polícia Civil justificou à Justiça a demora em deflagrar a operação pela complexidade logística e operacional da região.

“As diligências determinadas por este Juízo nos autos ainda não foram efetivamente cumpridas em razão da elevada complexidade logística e operacional envolvida para a realização da medida investigativa no local de interesse, situado em área reconhecidamente conflagrada e sob domínio territorial de facção criminosa Comando Vermelho”, informou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

A operação de 28 de outubro resultou em 121 mortos, mais de 100 prisões e apreensão de armas e drogas. Moradores relataram medo e tensão, enquanto autoridades reforçaram a relevância da ação contra o CV.

Apesar do sucesso apontado pelo governador Cláudio Castro (PL), a ação recebeu críticas de organizações da sociedade civil e da Defensoria Pública, que destacam possíveis violações de direitos. Persistem dúvidas sobre a estratégia do “muro do Bope” para encurralar criminosos e sobre falhas nas gravações das câmeras corporais dos agentes.

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