A Netflix manteve a liderança no mercado brasileiro de streaming durante o quarto trimestre de 2024, com 25% de participação, mesmo após um recuo de 3% na comparação anual. Os dados, divulgados pela plataforma JustWatch, mostram que o Prime Video (20%) e o Disney+ (15%) ocupam as posições seguintes, enquanto o Globoplay (12%) se destaca como o serviço local de maior crescimento.
Apesar da queda, a Netflix superou 25 milhões de assinantes no Brasil, conforme informações do pacote comercial enviado a agências de publicidade e citado pela Coluna F5 da Folha de S. Paulo. Desse total, 12 milhões optaram pelo plano com anúncios, disponível por R$ 20,90 mensais. Em contraste, a TV por assinatura tradicional registrou apenas 9,2 milhões de usuários no país em 2024, queda acentuada em relação ao ápice de 19,5 milhões em 2014.
O relatório da JustWatch, que monitora o comportamento de 3,5 milhões de usuários mensais no Brasil, aponta que a Amazon Prime Video aumentou sua fatia de mercado em 1% no último ano, enquanto a HBO Max (13%) e a AppleTV+ (7%) mantiveram participações estáveis. Já o Globoplay cresceu 1% em 2024, consolidando-se como principal concorrente nacional.
Globalmente, a Netflix registrou 301,6 milhões de assinantes no quarto trimestre de 2024, alta de 16% no ano. A empresa, no entanto, não confirmou oficialmente os dados sobre o Brasil, limitando-se a informar que possui 70 milhões de perfis em planos com anúncios em todo o mundo. “Os números divulgados não são oficiais”, afirmou a empresa à IstoÉ Dinheiro.
Interesse do usuário
A JustWatch calcula as quotas de mercado com base no engajamento dos usuários em seu site e aplicativo, considerando ações como adição de títulos à watchlist, cliques em serviços de streaming e uso de filtros. Esse método revela, por exemplo, que a Netflix ainda atrai o maior interesse, mesmo com a concorrência avançando.
Desafios
A queda da Netflix no Brasil reflete um cenário global de saturação em mercados maduros, onde a concorrência por conteúdo exclusivo e preços acessíveis se intensifica. Enquanto rivais como o Prime Video investem em produções locais e pacotes promocionais, a aposta da Netflix em planos com anúncios parece frear a perda de assinantes, atraindo um público sensível ao custo-benefício.
Especialistas apontam que a guerra pelo streaming entrará em nova fase em 2025, com fusões e aquisições de plataformas menores, como a MUBI (3%), que lutam para sobreviver em um ambiente dominado por gigantes.
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