Geraldo Luís no programa “No Alvo”. Foto: Divulgação/SBT
O programa “No Alvo” desta última segunda-feira, 4 de agosto , recebeu Geraldo Luís . De garoto pobre no interior paulista a apresentador na rede nacional, ele começou de forma discreta no jornalismo regional e, mais tarde, balançou a audiência do país. Fez o público chorar e até pedir sua volta, mas, nos bastidores, o clima era outro. Teve namoradas jovens e belas, mas hoje diz preferir ficar sozinha a ter problemas batendo à porta. Acostumado a explorar a intimidade alheia, desta vez foi Geraldo Luís que encarou a exposição.
‘No Alvo’ garantiu a segunda colocação na Grande São Paulo. A atração foi ao ar das 23h22 às 00h16, e marcou 3,9 pontos de audiência , 10,6% de share e 5,4 pontos de pico .*
Confira alguns trechos, em formato pingue-pongue, do episódio de “No Alvo” com Geraldo Luís:
Você e sua mãe foram despejados e dormiram num barracão. Hoje, com a vida que tem, você ainda sente, de alguma forma, a vida do barracão, ou não?
Toda dor que a gente passou, não dor a gente esqueceu. A dor que ficou em mim foi a dor da fome. A dor de uma aprendizagem enorme de quando a gente morava naquele prostíbulo. Mas tudo me serviu como aprendizagem. Depois em Limeira, para homenagear minha vitória, eu fundei a Casa da Sopa, que dava comida para moradores de rua. Cinco anos. Eram mais de 15 mil refeições por mês nessa instituição em Limeira, que cuidava de crianças e moradores de rua. Lá, nós criamos uma escola de alfabetização para senhoras analfabetas. Depois, corte de cabelo de graça para os andarilhos. Aí, comprei, na época, 30 computadores e fizemos a escolinha de informática para crianças. ‘Ai, Gerardo, como você é bonzinho’. Não! É porque a vida vai cobrar da gente. Que instrumento você é de Deus na Terra? Você só ganha dinheiro? Eu nunca me importei com fama, nunca precisei de fama. Nunca. Reconhecimento? Eu adoro reconhecimento. Estou com saudade de voltar para a televisão. Esse cara é o filho da Olga, é o filho da faxineira. Que foi muito humilhado por causa da comida. Muito. E nós fomos pessoas que, eu e minha mãe, eu e ela, fomos muito ajudados. Então, eu só devolvi para a vida o que a vida me deu.
Sim, você sempre fala da dona Olga [faleceu em 2007] com tanto orgulho. A mulher que varria o chão, mas transparente um homem. O que você daria hoje para ter mais um domingo com ela, com o arroz-papa da tia Cida na mesa, e você sendo só o filho da faxineira?
Eu daria tudo de volta. Só quem perde uma mãe, né? Só quem perde um pai. Sou filho único. A história, você já sabe, né? Pai eu não tenho ideia. Geraldão foi embora. Depois que eu o perdoei, eu nunca consegui chamá-lo de pai. O nome dele é Geraldo. Eu falei: ‘Pô, Geraldo, que sacanagem, né? Com tantos dados para você ir embora, você deixou eu e a Olga na véspera de Natal. Que sacanagem, né?’ Daria tudo, mas minha mãe está viva, porque, primeiro, eu não acredito na morte. Eu não acredito, absolutamente, impossível que a morte vai matar o amor. Eu daria tudo, mas sinto a minha mãe viva dentro. Ela pulsa dentro sempre. Viu, anjo? Mãe não morre, pai não morre.
Você já disse que foi mulherengo e só se ferrou. Fica a dúvida: azar no amor ou vocação pra ser iludido com talento?
Não entendi a pergunta, mas, assim, fui casado há 14 anos, tenho o João Pedro, que é o fruto maravilhoso desse lindo relacionamento. Mas a gente vai se acostumando sozinho. Quem é que não foi enganado? A maioria das pessoas da televisão são enganadas. A fama é muito perigosa. Eu nunca comprei amor. Ah, você já namorou novinha? Já! Quem é que não gosta de novinha? Ué, as coroas gostam dos novinhos. Tem muita coisa de interesse. Hoje vivemos num mundo de interesses, de troca de favores, na cama e fora da cama.
Geisy Arruda afirmou que não houve química entre vocês dois pelo fato de você ser muito devagar. Como você reagiu a essa opinião? Rápida ou vagarosamente?
Tem que dar risada! Ela sabe que não teve nada, mas se teve, qual o problema? Eu transo com quem eu quero. Eu trepo com quem eu quero. É a minha vida, sou solteiro. Não estou enganando ninguém. Já estava solteiro. Na época tinha o Geraldo Brasil, e nós demonstramos o furo de levar a menina do vestido rosa lá. Uma Geisy sempre foi marqueteira. E outra, o que essa garota fez com a imagem dela foi incrível. Mas não tivemos nada, nunca tivemos nada. É um assunto velho que você gosta de ficar marretando só. Tudo bem que esse programa aqui tem que ter audiência, vai ter. Desejo sorte ao SBT, eu torço. Mas é mentira, isso aí. Não tenho nada. Nem devagar, nada.
Dizem que, ao descobrir que não conseguiu uma vaga no SP no Ar, você chegou a desejar o fracasso do colega. Foi esse um caso de cotovelite ? Ou seja, a mais pura dor de cotovelo?
Eu gosto de olhar a câmera, porque quando a gente olha a câmera, eu não estou olhando aqui pra um aparelho, estou olhando pro Brasil. Você não está vendo um homem perfeito. Eu nunca ferrei um colega de televisão. Eu nunca preciso entrar em salas, ao contrário do que já fiz comigo. Mas ok, cada um é cada um, porque existe uma coisa na televisão que causa ódio: talento. Brilha para você ver. Faça sucesso pra você ver o que acontece. Não precisa nem ser em televisão. Mas é mentira essa nota. Não sei de onde você tirou. Eu tive meu espaço lá de tudo que eu queria. A única coisa é que eu queria voltar pros domingos, só. O único espaço que eu gostaria que quando acabou o Domingo Show, eu queria voltar a ser o contador de histórias. Então são coisas como essas que saem, que existem uma maldade dessas sombras que a gente não sabe quem é, que ficam atrás das câmeras, que inventam essas bizarrices e essas barbaridades. Mentira. Não tive isso.
Osmar Frattini, piloto envolvido no posto de emergência de Luciano Huck e Angélica em 2015, foi entrevistado por você. Pouco depois, ele disse ter se arrependido de dar uma entrevista. Alegou que foi, é, iludido por você. Que no final das contas, tinha apenas o objetivo de falar mal com Luciano Huck. Você teve mesmo uma intenção assim tão má?
De novo, preciso encarar o que eu falo. Cuidado, porque mentir pra vocês, teve gente que até hoje não conseguiu recuperar a sua comunicação diante de vocês por erros do passado e por falsidades. Fizemos uma entrevista, na época, com o piloto. Esse foi um erro de um programa ao vivo e vocês estão vendo aqui um cara altamente passional! […] Eu dou opinião, sempre dei opinião. Esse foi um erro. Que inclusive aqui no SBT, no programa Raul Gil, ‘Pra Quem Você Tira o Chapéu’, eu pedi desculpas ao Luciano. Errei. Tempos depois, falei: ‘tomara que um dia eu encontre o Huck no aeroporto pra pedir perdão a ele’. Para falar: ‘pô cara, fui infeliz no comentário’ […]. Eu saí de Limeira, de uma rádio pequena, depois fui para Cordeiropolis, depois fui pra TV local e nacional, porque as pessoas que têm opinião, elas se destacam. Mas nesse caso, eu errei. E aí eu acho que ele deveria ter se arrependido, opinião dele, do piloto, mas foi um grande furo. Todas as matérias que faríamos no domingo, dava capa, dava nota. Hoje, nenhum programa dá mais nota. Por isso, depois, o Faro foi lá e começou a contar histórias também. Aí conversamos lá pra Record na época. ‘Gente, dois programas contando histórias, é um choque, é a mesma coisa’.
Você sempre fez questão de dizer da importância do saudoso Marcelo Rezende na sua vida. Mas você também desabafa dizendo ser acusado pela desistência do Marcelo em se tratar contra a doença pelo modo convencional. Este seu desabafo não é por acaso um tipo de vitimismo da sua parte?
Irmão, me respeita. Que vitimismo?! Todo mundo sabe do meu amor pelo Marcelo. Todo mundo sabe que ele resolveu fazer um tratamento e quando eu falei com ele dentro do apartamento daquela picareta do Lair Ribeiro, eu falei: ‘Marcelo, por favor, vamos fazer…’. ‘Quieto ou você está comigo ou você não está!’. Já contei isso. O tratamento dele foi uma escolha dele. Se você está me vendendo agora, se você descobrir que está com câncer, com uma doença terminal, a escolha de como morrer será sua. A escolha do seu tratamento será sua, será minha. Ele escolheu o tratamento alternativo. A família me culpou, todo mundo. Não vou ficar falando de novo isso aqui. O Brasil inteiro já sabe. Agora falar de vitimismo, eu preciso de vitimismo do quê? Uma pergunta indelicada e desnecessária.
* Fonte: Kantar IBOPE Media – Instar Analytics – Dados Dom. (Rat%, Shr% e AvRch#) – GSP – Crosstab – Dados arredondados
“No Alvo” é exibido hoje, segunda-feira, às 23h15 (horário de Brasília), no SBT e no +SBT.