| Foto: Divulgação/Fórmula 1 |
A Fórmula 1 completa 75 anos. Uma categoria repleta de histórias e transformações ao longo de sua trajetória. É claro que todo esporte passa por mudanças com o tempo, mas, na F1, o aspecto tecnológico é uma constante presente. O foco desta coluna, no entanto, será o F1 75 Live, evento realizado na última terça-feira na Arena O2, em Londres, onde as 10 equipes apresentaram as pinturas de seus carros para a temporada. Um evento estético, com música, piadas e muito brilho. Esporte? Não. Entretenimento.
Acompanhei a transmissão pelo BandSports e, nos dias seguintes, ouvi a gravação do Motorsports no Spotify. Esperava análises e comentários relacionados ao esporte em si, mas me enganei. Os melhores comentaristas do Brasil foram reduzidos a discutir as cores dos carros, baseando-se em subjetividades. “Qual a melhor combinação?” era a pergunta do momento. Difícil responder, ainda mais quando o assunto deveria ser outro. Enquete para carro mais bonito! Ó céus!
O que se viu, na verdade, foi a força das marcas que estampam os carros. Um evento claramente voltado para aqueles que pagam as contas: os patrocinadores. A necessidade de agradá-los é evidente, mas até que ponto o entretenimento, em nome do patrocinador, torna-se tão ou mais importante que o esporte em si? E se, o evento fosse numa pista com o ronco dos motores e as primeiras voltas? Essas são questões que deveriam estar em pauta, em vez de discussões superficiais sobre cores e notas atribuídas a elas.
As apresentações seguiram com perguntas protocolares, piadas, vaias e até um pai de piloto reclamando das vaias contra seu filho. Nada que acrescentasse algo relevante ao debate esportivo. Visualmente, o evento foi bonito, com muitas cores e vivacidade artística, mas esportivamente foi vazio. Ainda assim, acredito que o F1 75 Live mereça um espaço no calendário. Porém, acompanhá-lo por duas horas foi cansativo e, de certa forma, excessivo.
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