A cineasta brasileira Bárbara Marques, que vive em Los Angeles, nos Estados Unidos, está no centro de uma polêmica. Segundo sua família, ela desapareceu depois de ser detida durante uma reunião rotineira relacionada ao seu processo de imigração — e até agora ninguém sabe onde ela está, nem mesmo seu advogado.
De acordo com o marido de Bárbara, Tucker May, que fez publicações nas redes sociais, ela foi levada pelo órgão de imigração norte-americano (ICE) no que deveria ser um procedimento habitual de verificação do green card. Amigos a descrevem como uma pessoa generosa e calorosa, cuja ausência tem gerado apreensão.
No final da audiência, autoridades teriam informado que uma impressora estava com defeito — o que serviu como justificativa para afastá-la de seu advogado. Já separada de sua defesa, ela foi detida. A alegação para sua prisão seria um aviso judicial de 2019 do qual Bárbara afirma não ter sido cientificada. Esse suposto aviso teria causado a perda de uma audiência, algo que, segundo ela, jamais soube existir até o momento da detenção.
Desde então, a família contratou advogados para reverter a situação. Tucker relata que Bárbara foi transferida da unidade do ICE em Adelanto, no sul da Califórnia, para um local desconhecido — um movimento que preocupa, pois pode indicar risco de deportação, apesar de existir uma ordem judicial temporária buscando impedir sua remoção.
A detenção ganhou visibilidade na internet e levou amigos da cineasta a criar uma campanha no GoFundMe para custear sua defesa legal. Eles alertam que os próximos dias serão decisivos para o futuro dela. Bárbara é conhecida por seus curtas-metragens, como Amor (2018), Cartaxo (2020) e Basement (2021), e muitos se mobilizam para chamar atenção ao caso.
A reportagem entrou em contato com a embaixada dos Estados Unidos no Brasil e com a embaixada brasileira nos EUA, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
Para contextualizar, a ICE (Immigration and Customs Enforcement) é o órgão responsável por fiscalizar, processar e deportar imigrantes que não estejam com a documentação regular nos EUA. Desde o início da gestão de Donald Trump, a agência ganhou reforço de recursos, autônomia ampliada e já teria efetuado milhares de prisões e deportações nos primeiros meses do mandato.
Veja fotos de Bárbara:
Leia também: Filhas se manifestam após condenação de humorista por abuso infantil