A essas alturas, já é quase desnecessário apresentar quem são os ‘D.P.A.’ – os Detetives do Prédio Azul. A série juvenil, exibida pela primeira vez no início da década passada, já está em sua 20ª temporada, demonstrando a atemporalidade da produção e sua capacidade de atravessar gerações. Com três longas-metragens de sucesso exibidos nos cinemas, a turminha de detetives do prédio da Lagoa, no Rio de Janeiro, volta às telonas nessas férias de fim de ano com sua mais nova produção, ‘D.P.A. 4 – O Fantástico Reino de Ondion’, já em exibição nos cinemas.
Max (Samuel Minervino) fez novas amizades no basquete, mas acabou raptado por quem confiava. Diante do sumiço do amigo, Mel (Emilly Puppim) e Zeca (Stéfano Agostini) embarcam numa aventura atrás de Max, e isso os levará ao reino fantástico de Ondion. Uma vez lá, os amigos esbarrarão em diversos desafios para encontrar o paradeiro de Max, porém, felizmente, a duplinha poderá contar com as habilidades de Berenice (Nicole Orsini), vizinha deles no prédio azul, e outras criaturas mágicas que entendem muito bem as nuances daquele reino fantástico.
O que imediatamente chama a atenção do espectador neste novo filme é a evolução técnica que a série e os filmes receberam neste último longa. Há um cenário inteiro, por exemplo, que foi todo filmado com painéis de LED, no qual uma carismática Fabiula Nascimento brilha como Ludovica, uma espécie de chapeleira maluca do reino da diversão e que desafia a dupla de amigos para jogos de tabuleiro. Em outro momento, são os efeitos de pós-produção que chamam a atenção, tamanha a qualidade empregada, seja em fachos de luz em feitiços lançados, seja em fazer criaturas flutuarem na tela.
Se a qualidade técnica da produção aumentou, é um sinal de que o público está mais exigente com as aventuras dos personagens, afinal o público mais difícil de agradar é o infantil. Não à toa, torna-se perceptível a dedicação dos departamentos em entregar um figurino deslumbrante aos personagens, a arte com seus cenários e props que despertam o lúdico no espectador e a turma dos efeitos especiais.
É claro também que em se tratando deste público, é mais do que necessário que haja referências a outros produtos de sucesso consumido pela garotada, por isso, não é difícil identificar referências em Harry Potter, memes, fenômenos de internet e por aí vai – o que só demonstra que os roteiristas Flávia Lins e Silva, João Costa Van Hombeeck, Teresa Cris Tavares e Mauro Lima estavam bastante antenados ao redor enquanto escreviam o texto.
Mauro Lima conectou bem seu elenco principal, oriundo da série de tv, com boas escolhas de participações especiais, como Érika Januza e Érico Brás como os reis Astúria e Norton, e Gabriel Braga Nunes como o vilãozão irreconhecível.
‘D.P.A. 4 – O Fantástico Reino de Ondion’ tem ótimo valor de produção e dialoga com elementos contemporâneos aos jovens, ainda que a aventura pela busca do amigo tenha uma resolução apressada para que outra situação da história fosse resolvida com mais profundidade. Os D.P.A. continuam relevante e atraentes, cheio de valores e ensinamentos bons para a garotada, e ‘D.P.A. 4 – O Fantástico Reino de Ondion’ traz uma diversão recheada para toda a família, abrindo em grande estilo a temporada de férias no cinema.
