28/10/2025 03:56

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Crítica com Spoilers | ‘IT: Bem-Vindos a Derry’ começa com um dos melhores episódios do ano

Cuidado: o texto a seguir contém spoilers da trama.

A cena: um jovem garoto tenta assistir a um filme, mas é perseguido pelo gerente do cinema. Conseguindo escapar e seguindo seu caminho para longe da cidade natal, ele consegue carona com uma família que lhe pergunta para onde ele está indo. “Qualquer lugar além de Derry”, ele diz, antes de entrar no carro. Não demora muito até o rapaz perceber que está preso em um pesadelo sobre quatro rodas, testemunhando o nascimento de uma criatura enfadonha que tira sua vida sem pensar duas vezes. E é essa cena que prenuncia um dos melhores episódios-piloto do ano.

A sequência de abertura de ‘IT: Bem-Vindos a Derry’ é apenas um gostinho do que o diretor Andy Muschietti vinha guardando a sete chaves, expandindo o trabalho que fizera na década passada com a duologia ‘IT: A Coisa’. Convidando-nos para um passado não muito distante da aterrorizante e infame cidade de Derry, lar de Pennywise e do épico embate contra a demoníaca força eternizada por Stephen King em seus escritos. E, conforme explora outros quadrantes dessa excepcional mitologia arquitetada pelo mestre da literatura de terror, Muschietti nos encanta com uma promissora produção que nos envolve no mais puro entretenimento – e nos banha em baldes e mais baldes de sangue cenográfico.

A pré-sequência não é apenas uma celebração do terror gore e do suspense, mas vem acompanhado de incursões cômicas e joviais que dialogam com o tom explorado nos longas-metragens originais – e isso se dá ao trabalho de Jason Fuchs no roteiro. Fuchs não poupa esforços em construir personagens complexos que navegam não apenas pela tensa atmosfera sociopolítica dos anos 1960, mas por traumas próprios que insistem em persegui-los como fantasmas. E, a partir de algumas dicas de que a existência dessa entidade invisível e mortal tem a ver com experimentos militares não muito longe dali, o medo se materializa das mais diversas formas para assombrar e aniquilar os protagonistas.

É aí que conhecemos nossos improváveis heróis: Lilly Bainbridge (Clara Stack), uma jovem que passou por uma terrível perda e foi taxada de louca por seus colegas, e os melhores amigos Teddy Uris (Mikkal Karim-Fidler) e Phil Malkin (Jack Molloy Legault) – um trio que se vê unido por uma pessoa em comum Matty Clements (Miles Ekhardt), o jovem que desapareceu voltando do cinema e cujo corpo nunca foi encontrado. Sentindo-se responsáveis pelo sumiço do colega e por não estarem presentes em seus momentos de maior necessidade, eles tentam enterrar esses pensamentos até serem contatados, de alguma maneira, por Matty (Lilly pelo encanamento; Teddy por um pesadelo envolvendo um abajur).

A partir de então, eles se unem para tentar encontrá-lo ao lado de Susie (Matilda Legault), irmã mais nova de Phil, e Ronnie Grogan (Amanda Christine), e descobrem que estão no centro de um mistério muito mais mortal do que previam. Guiados por uma canção que acompanhou as mensagens de Matty, o grupo retorna ao cinema onde o amigo desaparecido foi visto pela última vez – e são atacados por uma projeção demoníaca que ceifa as vidas de três dos supostos protagonistas, deixando apenas Lilly e Ronnie vivas para contarem a história.

Fuchs mostra mais de uma vez – e apenas no primeiro episódio – que não pensa duas vezes antes de sacrificar os personagens a fim de reiterar que ninguém está a salvo (e que a única certeza, ao menos por enquanto, é a complacência da morte). Ora, Phil e Teddy nos foram apresentados com arcos familiares e dramas interpessoais que foram varridos para debaixo de tapete em questão de segundos, aumentando nosso choque e deixando claro que nada nem ninguém será poupado das forças invisíveis que se escondem nos subterrâneos de Derry. E, quando pensamos no breve núcleo militar envolvendo o General Leroy Hanlon (Jovan Adepo), as coisas ficam ainda mais instigantes.

Tanto o elenco-mirim quanto o elenco mais velho fazem um trabalho aplaudível, com destaque para a sólida atuação de Stack, Ekhardt, Karim-Fidler e Legault, que parecem pegar algumas páginas emprestadas dos jovens atores da saga cinematográfica. Mas os aspectos técnicos não ficam muito atrás, contando com uma sombria e inescapável fotografia assinada por Daniel Vilar e uma tétrica trilha sonora composta por Benjamin Wallfisch (retornando para mais uma colaboração com Muschietti e companhia).

‘IT: Bem-Vindos a Derry’ já conta com uma das melhores estreias de 2025, resgatando os incríveis elementos explorados pelo time criativo nos filmes e remodelando-os para uma nova época e uma nova batalha pela sobrevivência. Andy Muschietti acerta mais uma vez depois de escorregos recentes e mostra ter a paixão necessária para expandir ainda mais a incrível mitologia imortalizada por Stephen King.

Lembrando que o próximo episódio será exibido no dia 31 de outubro, na HBO Max.



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