A aprovação de Lula atingiu o menor índice de seus mandatos presidenciais, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). Com apenas 24% de avaliação positiva, o presidente enfrenta aprovação de Lula em queda livre, enquanto a reprovação chega a 41%, marca inédita em sua trajetória política. Os dados refletem crises recentes, como a polêmica do Pix e a inflação dos alimentos, que impactaram a percepção pública.
Queda Histórica e Contexto da Pesquisa
O Datafolha ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades entre 10 e 11 de junho, apontando que 32% consideram o governo “regular”. Em dezembro, a aprovação era de 35%, mas a sucessão de controvérsias acelerou a desconfiança. O índice atual é inferior até ao registrado durante o mensalão (28% em 2005), consolidando o pior momento de Lula nas pesquisas do instituto.
Crises Recentes e Reações do Governo
A queda coincide com a “crise do Pix”, em janeiro, quando o governo propôs fiscalizar transações acima de R$ 5 mil. A medida, revogada após críticas da oposição, gerou temores de controle financeiro indevido. Além disso, declarações ministeriais sobre combate à inflação alimentar — como sugerir substituir frutas caras por opções mais baratas — viraram alvo de ironias e amplificaram a insatisfação.
Em meio ao cenário turbulento, o governo trocou o comando da Secom: Sidônio Palmeira assumiu no lugar de Paulo Pimenta. A mudança busca recuperar a narrativa, mas especialistas questionam se será suficiente para reverter a percepção negativa.
A pesquisa revela que mesmo a base eleitoral de Lula demonstra ressalvas. Para cientistas políticos, a recuperação exigirá avanços concretos em agendas econômicas e sociais, além de evitar novas polêmicas. “A população cobra resultados, não apenas discursos”, analisa Maria Fernandes, professora de Ciência Política da USP.
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