A nova novela das nove da Globo, Três Graças, está reacendendo a força do clássico melodrama brasileiro — e com uma vilã à altura das maiores da teledramaturgia. Escrita por Aguinaldo Silva, a trama vem se destacando não apenas por sua estrutura narrativa, mas também pela construção minuciosa da vilã Arminda de Melo Dantas, vivida por Grazi Massafera.
A personagem vem sendo comparada nas redes sociais com Odete Roitman, de Vale Tudo, uma das vilãs mais icônicas da história, mas com um detalhe curioso: a repercussão das falas de Arminda estão além das de Odete no remake assinado por Manuela Dias — algo que vem chamando atenção do público e da crítica.
Depois de alguns anos afastado das novelas, Aguinaldo Silva prova com Três Graças que ainda entende como poucos a arte do folhetim. Sua escrita firme, com personagens complexos e diálogos precisos, tem sido elogiada até mesmo por quem sentia falta das tramas com intrigas, vilanias e ironias cortantes.
No X (antigo Twitter), fãs e críticos apontam que Aguinaldo deu uma verdadeira aula de dramaturgia, mostrando o domínio da construção de conflito e de arquétipos — algo que, segundo o público, Manuela Dias, autora de novelas recentes como Amor de Mãe, ainda não conseguiu entregar com a mesma eficiência.
Veja a repercussão da nova vilã escrita por Aguinaldo:
Um dos comentários que viralizou nas redes resume bem o sentimento dos noveleiros:
“Aguinaldo Silva é o professor. Arminda já é a melhor vilã da década.”
Outro internauta destacou a diferença de impacto:
“Enquanto Odete Roitman ditava moda e fazia o Brasil parar, Arminda ainda está sendo descoberta pelo público. Mas o texto de Aguinaldo está impecável.”
Interpretada com frieza e elegância por Grazi Massafera, Arminda de Melo Dantas é uma personagem construída à moda antiga, mas com nuances modernas. Filha de Josefa (Arlete Salles) e mãe de Raul (Paulo Mendes), ela é uma mulher ambiciosa, egoísta e cruel, marcada pela ausência de empatia.
Arminda de Melo Dantas: uma vilã clássica em um mundo diferente
Viúva de Rogério, desaparecido em circunstâncias misteriosas, Arminda mantém um relacionamento secreto com Santiago Ferette (Murilo Benício), com quem comanda um esquema milionário de falsificação de remédios. Além da corrupção e da ganância, sua maldade se manifesta no desprezo pelos mais pobres, nas humilhações ao próprio filho e na negligência com a mãe idosa.
No centro de seu universo está a escultura As Três Graças, uma obra que simboliza poder, status e desejo — e que se tornará o epicentro dos conflitos da novela. Arminda é uma mulher sem senso de moralidade, que manipula todos ao seu redor e enxerga a vida como um jogo em que o poder é o único prêmio possível.
Com Três Graças, Aguinaldo Silva mostra que o melodrama de verdade nunca sai de moda. A criação de Arminda, interpretada magistralmente por Grazi Massafera, prova que ainda há espaço para personagens complexos e vilões bem construídos na TV aberta.
Embora Odete Roitman continue sendo um ícone insuperável, Arminda Dantas surge como sua herdeira contemporânea, moldada pelos tempos atuais — mais fria, mais digital, mas igualmente fascinante. Porque, como o próprio Aguinaldo Silva ensina, um bom vilão não precisa de pressa — só de uma boa canetada.
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