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Crítica | It: Bem-Vindos a Derry é uma série assustadora, SANGRENTA e diabolicamente divertida

Stephen King é o autor norte-americano que mais teve suas obras adaptadas para as telonas ou telinhas, mas suas histórias são tão complexas e perturbadoras que dificilmente as adaptações são bem sucedidas. Um dos seus livros mais famosos é ‘It – A Coisa‘.

O livro teve uma ótima versão em minissérie de TV de 1990 lançada no Brasil como filme em VHS, e recentemente os fenômenos de bilheterias ‘It: A Coisa‘ (2017) e ‘It: Capítulo Dois‘ (2019), ambos baseados no clássico de 1986 sobre o palhaço mais aterrorizante da cultura pop.

Com o sucesso dos dois filmes, a Warner viu a galinha dos ovos de ouro e decidiu expandir o extenso universo do livro com uma história inédita e não idealizada por King.

Desenvolvida por Andy Muschietti, Barbara Muschietti e Jason Fuchs, a série imagina o passado do infame Pennywise, o palhaço alienígena que aparece a cada 27 anos para se alimentar do medo das crianças — e, convenhamos, poucos monstros sabem explorar tão bem esse cardápio.

A história da série começa em 1962, em Derry, Maine — uma cidade que parece presa entre a Guerra Fria e seus próprios fantasmas. A decisão de realizar uma série em oito episódios permite que a série tome seu tempo para explorar a origem do medo e brincar com todos os sentimentos ao seu redor, transformando a experiência em uma montanha-russa assustadora e incômoda.

Pennywise não é o único vilão da série, que aborda também o bullying e o racismo para traçar sua trama sobre injustiças sociais e impunidade.

O primeiro episódio é um espetáculo, com ares cinematográficos. Logo de cara, acompanhamos Matty (Miles Ekhardt), um garoto que acaba desaparecendo depois de aceitar carona com a família errada. Quatro meses depois, o sumiço dele vira o ponto de partida para o grupo de jovens que vai investigar o mistério. É o velho formato “crianças curiosas + cidade amaldiçoada”, no melhor estilo ‘Stranger Things‘ — só que com muito mais sangue e traumas psicológicos. O primeiro episódio se encerra com um banho de sangue e já define que tudo pode acontecer.

O elenco mirim é extremamente competente e carismático: Phil (Jack Molloy Legault) é o teórico da conspiração do grupo; Teddy (Mikkal Karim Fidler) é o racional; Lilly (Clara Stack) tem um passado conturbado em um sanatório (um aceno para o Juniper Hill do universo King); e Ronnie (Amanda Christine), filha do projecionista do cinema local. Todos começam a ouvir vozes vindas dos canos. Quando esses personagens estão em cena, a série funciona — tem ritmo, tem charme e até uma dose de humor ácido. Sempre que a trama se afasta deles para focar em subtramas mais lentas, o clima esfria.

Os terrores enfrentados por essas crianças são realmente perturbadores e rendem cenas icônicas.

Entre os adultos, o destaque é o Major Leroy Hanlon (Jovan Adepo), recém-chegado à cidade com a esposa Charlotte (Taylour Paige), uma ativista dos direitos civis, e o filho Will (Blake Cameron James). Eles são uma das poucas famílias negras de Derry, e isso naturalmente coloca tensão em várias situações. O roteiro toca em temas como racismo e paranoia social de maneira brilhante.

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Os momentos de terror são muito bem construídos, salvo por alguns momentos em que o CGI estraga a diversão, mas a série consegue aterrorizar com sustos competentes, boas criaturas e um visual que mistura nostalgia e nojeira na medida certa. E a decisão de deixar o Pennywise escondido em sua forma final é brilhante, mostrando outras facetas do monstrengo alienígena. Bill Skarsgård dá o nome, como sempre. Ter o ator como o Pennywise é o casting mais acertado do século. Seja somente ouvindo sua voz ou em sua forma física, ele incorpora o palhaço com um brilhantismo assustador.

Há também doses de ficção científica, com os militares andam investigando algo misterioso na floresta, e os clássicos elementos sobrenaturais de King: cemitérios indígenas, dons psíquicos e até uma estátua gigante de Paul Bunyan.

It: Bem-Vindos a Derry‘ é uma superprodução, uma série bem realizada com um elenco competente e aquele gostinho cinematográfico. Um grande acerto da HBO Max.



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