13/11/2025 02:05

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Crítica | ‘BOOTS’ é uma inesperada surpresa da Netflix guiada pela ótima performance de Miles Heizer

A Netflix é lar de incontáveis produções originais que variam desde ótimos dramas até divertidas comédias, passando por gêneros como sci-fi, K-dramas, thrillers de espionagem e uma infinidade de gêneros. Acertando e errando na mesma medida, qualquer anúncio da gigante do streaming acaba causando comoção nos espectadores, que não sabem o que esperar e se a plataforma conseguirá encantar seus assinantes. E, em um ano que parece estar rendendo mais frutos suculentos do que intragáveis, a Netflix voltou com mais um interessante projeto que ganhou o título de ‘BOOTS’ e que chegou à sua grade de programação nos últimos dias.

A primeira temporada, que conta com oito episódios, é focada em Cameron Cope (Miles Heizer, retomando sua parceria com a plataforma após estrelar a série ‘13 Reasons Why’), um jovem de dezoito anos que se formou no colégio e resolve acompanhar o melhor amigo, Ray McAffey (Liam Oh), em um intensivo treinamento militar para se tornar fuzileiro oficial da Marinha dos Estados Unidos. O problema é que Cameron é gay e precisa esconder sua verdadeira identidade em meio às políticas que proibiam homossexuais no exército dos anos 1990 (com a instauração da política conhecida como Don’t Ask, Don’t Tell). E, engolfado em um acampamento movido à heterossexualidade compulsória e à testosterona, o jovem descobre um lado mais resiliente que precisa trazer à tona se quiser sobreviver ao treinamento.

Ao longo de treze longas semanas que incluem práticas de sobrevivência, aulas de tiro e combate corpo a corpo, Cameron é testado dia após dia ao tentar manter sua verdade escondida dos outros, tendo apenas Ray como confidente e como protetor – e é colocado sob o microscópio pela presença opressora do Sargento Sullivan (Max Parker) e por colegas de pelotão, que incluem Isaiah (Dominic Goodman), Nicholas (Kieron Moore), Cody (Brandon Tyler Moore), Eduardo (Johnathan Nieves) e Hicks (Angus O’Brien), envolvendo-se em alianças e amizades improváveis e querendo provar seu valor em meio a uma história disfuncional que inclui a efusiva mãe, Barbara (Vera Farmiga).

Baseado no romance ‘The Pink Marine’, de Greg Cope White, o projeto é uma grata surpresa arquitetada por Andy Parker – e apostando em uma história mais profunda que aparenta que singra pela tênue linha entre a comédia e o drama. E, além de encantar o público com uma ótima e envolvente história que desenrola-se com fluidez invejável, a produção lança luz a questões que envolvem as engrenagens da política estadunidense e explorações temáticas que falam sobre saúde mental, exaustão psíquica e uma obrigatoriedade moral e social de se encaixar em certos padrões que não permitem deslizes ou equívocos. Apesar de tropeçar aqui e ali, o resultado é aprazível em sua completude e nos envolve do começo ao fim.

Parker faz um ótimo trabalho ao se aliar com uma equipe muito competente de roteiristas e diretores, assumindo as rédeas da narrativa no primeiro e no último capítulos. Ao dar o tom dessa aventura coming-of-age, o showrunner nos leva de volta no tempo e constrói um microcosmos propositalmente atemporal e que pode ser direcionado a qualquer um que já tenha se encontrado em situação similar à de Cameron (não em sua experiência no acampamento militar, é claro, mas em sua “vida dupla” que, uma hora ou outra, irá colidir). Conseguindo misturar diversos estilos narrativos em um vibrante universo que conta com personalidades complexas, odiáveis e amáveis ao mesmo tempo, nossas expectativas são superadas à medida que mergulhamos mais fundo no enredo.

Uma das preocupações deste que vos escreve em relação à série era o quanto ela se inclinaria nos clichês do gênero, talvez pendendo para um cansativo melodrama cômico com um começo, um meio e um fim óbvios demais para deixarem lembrança. Todavia, ao deixar que cada um dos personagens tenha seu momento de brilhar, afastando-se das conhecidas inflexões épicas que obras centradas em um escopo militar e trazendo uma inesperada camada humana para as tramas e subtramas que enfeitam os episódios – com destaque às incríveis atuações de Heizer, Oh, Parker e Farmiga, todos trabalhando em uma sinérgica e forte estrutura artística.

Contrariando as expectativas e remando contra a maré das incansáveis fórmulas de dramédias jovens-adultas, ‘BOOTS’ é um dos títulos mais surpreendentes do ano e uma das melhores entradas da Netflix em 2025, apostando fichas em uma competente narrativa que, mesmo com momentos açucarados e improváveis demais para serem levados a sério, ainda têm força significativa para nos arrebatar e nos comover com uma honestidade inegável.



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