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O tema desta coluna já foi abordado na edição #397, intitulada Há um excesso de serviços de transmissão de futebol? Vivemos uma era marcada pela multiplicidade de direitos de transmissão. O que assistir? Onde assistir? E que competição é essa? São perguntas cada vez mais frequentes. Nesse cenário, a disputa pela atenção do torcedor tornou-se um elemento central — e isso sem sequer entrarmos no mérito dos canais FAST, como discutido anteriormente.
Hoje, há uma verdadeira profusão de serviços de streaming. Essa constatação não é uma crítica, mas uma realidade do mercado. Segundo dados recentes da plataforma JustWatch, a participação das principais marcas no mercado brasileiro é a seguinte:
Prime-Vídeo, 22%, com Copa do Brasil; Brasileirão; WNBA; NBA e Cazé TV;
Netflix, 21%, com eventos esporádicos e WWE (é esporte?);
DisneyPlus, 16%, com cardápio ESPN e CazéTV;
Max, 12%, com Champions, Paulistão e MLS;
Globoplay, 10%, com cardápio Globo e Sportv;
AppleTV+. 7%, com MLS e MLS Pass League;
Paramonth Plus, 5%, último ano de Libertadores e Sul-Americana.
Outros, representam 7%.
Todos esses serviços possuem algum tipo de direito esportivo. E é aí que reside a questão central desta coluna: o esporte é um elemento fundamental na atração de audiência. Mesmo com transmissões esporádicas, a Netflix tem se mostrado aberta a esse novo paradigma, investindo em séries e filmes que exploram o universo esportivo — como o fenômeno Drive to Survive, que revolucionou a percepção da Fórmula 1 e atraiu uma nova geração de fãs.
Além disso, não podemos ignorar o YouTube e suas múltiplas formas de transmissão, que ampliam ainda mais o leque de opções para o torcedor. O esporte, afinal, é mais do que entretenimento, é um catalisador de emoções coletivas, identidade cultural e narrativas que transcendem o campo de jogo. Na era do streaming, ele se torna ainda mais estratégico, especialmente por meio da promoção de eventos ao vivo — raros momentos em que o público se reúne simultaneamente
O caminho parece inevitável, mas as dúvidas persistem: em qual serviço assistirei ao próximo jogo do meu time do coração? E quanto mais isso vai me custar? O torcedor está disposto a pagar por múltiplas assinaturas para acompanhar seu time? E como equilibrar o apelo comercial com o compromisso social do esporte?
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