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A pirataria das transmissões do Campeonato Brasileiro está se tornando um dos principais inimigos do futebol como negócio no Brasil. A afirmação é de Manuel Belmar, diretor de produtos digitais, finanças, jurídico e infraestrutura da Globo, empresa responsável pelo Premiere, serviço de pay-per-view que detém os direitos de transmissão do torneio. As informações foram publicadas por Gabriel Vaquer, no portal F5.
Segundo o executivo, o cenário é alarmante: de cada cinco pessoas que assistem aos jogos no Premiere, quatro não pagam pelo serviço. Isso representa uma evasão bilionária, com estimativas de perda de receita na casa dos R$ 500 milhões por ano, valor que poderia ser investido em infraestrutura, categorias de base e remuneração de atletas e profissionais.
“A gente vive uma situação endêmica no Brasil em relação à pirataria”, afirmou Belmar. “Nossa capacidade de oferecer preço cada vez mais baixo tem um limite. Eu não tenho condição, com o preço dos direitos esportivos, de oferecer isso sem cobrar nada. É impossível.”
O executivo revelou que tem buscado apoio junto aos clubes que integram a Libra e a Liga Forte União, as duas principais organizações que reúnem times da Série A e B do Brasileirão. O objetivo é unir forças na luta contra o roubo de sinal e, sobretudo, conscientizar o torcedor sobre os danos causados pela pirataria.
“Uma das discussões que temos tido com as ligas de futebol é essa. Eu falei: ‘Ajudem a gente. Ajudem a gente a combater pirataria’. Nós estamos sozinhos nessa briga. Temos até tido uma ajuda governamental. Mas isso está disseminado em todo o nosso portfólio”, declarou.
Para Belmar, o combate à pirataria não é apenas uma questão empresarial, mas um movimento necessário para garantir a sustentabilidade do futebol brasileiro. “Quando alguém assiste de forma ilegal, está tirando dinheiro dos clubes, dos jogadores e até dos próprios torcedores que querem ver um espetáculo de qualidade.”
Enquanto o combate à pirataria ainda enfrenta desafios técnicos e legais, cresce o apelo para que o torcedor brasileiro compreenda seu papel nesse processo. Afinal, como destaca Belmar, sem receita justa, não há futebol forte.