Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu |
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou na última sexta-feira (11) um ofício aos dirigentes dos 20 clubes que disputam a Série B do Campeonato Brasileiro de 2025 solicitando o envio dos contratos firmados com emissoras de televisão para esta temporada. Embora tenha respaldo jurídico para tal pedido, a atitude causou estranheza entre os clubes, já que a prática é inédita e vem sendo interpretada, nos bastidores, como um possível gesto de retaliação à ESPN, emissora detentora dos direitos de transmissão da competição.
Na sequência, os jornalistas Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares — todos integrantes da bancada que comentou a reportagem — foram afastados por 48 horas pela direção da ESPN. O afastamento foi interpretado como uma tentativa de conter a crise, embora tenha gerado ainda mais repercussão e críticas à censura editorial.
O ofício da CBF é assinado pelo diretor jurídico André Mattos e solicita que os clubes da Série B remetam “cópias dos respectivos instrumentos contratuais antes do início de cada certame, garantidos o sigilo e confidencialidade das informações, propiciando que a CBF participe dos contratos ainda não celebrados, na condição de interveniente anuente”.
Entre os clubes que receberam o documento estão Amazonas, América, Athletic, Atlético Goianiense, Athletico Paranaense, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Grêmio Novorizontino, Operário-PR, Paysandu, Remo, Vila Nova e Volta Redonda.
Atualmente, a ESPN transmite partidas da Série B por meio de um contrato fechado com a agência PEAK, representante da Liga Forte União (LFU), entidade que organiza a venda coletiva de direitos de transmissão de seus clubes afiliados.