Foto: Reprodução/ESPN |
O afastamento de jornalistas da ESPN Brasil após críticas contundentes à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao presidente Ednaldo Rodrigues ainda repercute nos bastidores da emissora e nos corredores do jornalismo esportivo. A decisão da direção da ESPN de retirar temporariamente do ar seis profissionais que participaram do programa Linha de Passe da última segunda-feira (7) gerou forte reação nas redes sociais e entre colegas de profissão.
Entre os afastados está o comentarista Gian Oddi, que se pronunciou nesta quarta-feira (9) por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais. Na gravação, Oddi confirma seu retorno ao programa nesta quinta-feira (10) e defende a liberdade editorial como princípio essencial do jornalismo.
“Se eu volto ao Linha de Passe nesta quinta é porque tenho consciência de que vamos continuar falando as coisas da maneira que a gente sempre falou, com a liberdade que eu sempre tive há mais de 15 anos contratado pelo Trajano. É uma premissa fundamental do nosso trabalho”, afirmou.
O comentarista também comentou sobre os motivos apresentados pela direção da ESPN para o afastamento do grupo. Segundo Oddi, a emissora alegou que “certos processos precisam ser seguidos” e que “a direção foi pega de surpresa” com o programa temático sobre a CBF.
O episódio que causou a crise foi motivado por uma edição especial do Linha de Passe, que trouxe duras críticas à gestão de Ednaldo Rodrigues à frente da CBF. Os comentários foram pautados por uma reportagem da revista Piauí, que revelou denúncias envolvendo o presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.
Além de Gian Oddi, também foram afastados os comentaristas Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner, William Tavares e o produtor do programa, Dimas Coppede. Todos devem retornar às suas funções nesta quinta-feira (10).
O episódio reacende o debate sobre a autonomia editorial nas emissoras esportivas e os limites da crítica no jornalismo brasileiro, especialmente quando envolve instituições de grande influência como a CBF.